ROTEIRO HOMILÉTICO DO 11.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C
Comum 1311:
O Pecado
A Igreja não é composta por "justos", mas por
pecadores,
que precisam do perdão de Deus e dos irmãos.
E a Liturgia de hoje nos apresenta um Deus de bondade e de
misericórdia,
que detesta o pecado, mas ama o pecador.
A 1ª Leitura apresenta a história
de DAVI PECADOR
e a reação de Deus diante do pecado do rei. (2Sm 12,7-10.12)
- Davi cometeu adultério com a mulher de Urias.
Quando soube que a
mulher estava grávida, mandou colocar Urias
no lugar mais
perigoso da batalha, onde acabou morrendo.
- O Profeta Natan denuncia o Rei desse crime
e anuncia os
castigos de Deus contra ele e a sua família.
- O Rei reconhece humildemente seu erro: "Pequei contra o Senhor".
- Diante dessa atitude humilde e sincera de arrependimento,
o profeta termina
com uma mensagem de esperança:
"O Senhor perdoou o teu pecado. Tu não
morrerás".
* Deus condena o pecado, mas manifesta
uma misericórdia
infinita com o pecador..
Dá sempre a
possibilidade de recomeçar.
Na fraqueza, Davi
teve humildade em reconhecer o seu pecado
e confiança na
bondade de Deus que perdoa...
Na 2ª Leitura Paulo afirma que a
Salvação é um dom gratuito que Deus oferece. Mas para ter acesso a esse dom, é
preciso aderir a Jesus e
identificar-se com o Cristo do amor e da entrega. (Gl 2,16.19-21)
O Evangelho narra a História da
MULHER PECADORA.
Só Lucas narra esse episódio. É o evangelho da misericórdia.
(Lc 7,36-8,3)
- Jesus aceitava com alegria os convites para fazer
refeições nas famílias...
Vai à casa de Simão
e a conversa estava animada...
- De repente aparece uma mulher intrusa...
A mulher já era
pouco valorizada, imaginemos uma prostituta?
Ela enfrenta a condenação dos "bem
comportados".
Não fala nada. Suas lágrimas e o perfume
precioso falam por ela.
O gesto tocou o coração de Jesus.
- Por que procurou Jesus? Provavelmente já conhecia Jesus...
O Mestre devia tê-la impressionado profundamente.
O seu olhar era diferente dos que a olhavam com interesse
para aproveitar de seu corpo e sua beleza...
ou dos que a desprezavam... ou a condenavam...
O "muito amor" manifestado pela mulher é o resultado
da atitude de Jesus:
nasce de um coração agradecido que não se sentiu excluído,
nem marginalizado, mas que nos gestos de Jesus tomou
consciência
da bondade e da misericórdia de Deus.
+ No episódio, encontramos:
- Três Personagens:
- Um que convida,
- um que é convidado,
- uma
que aparece sem ser convidada.
- Três olhares diferentes:
- O olhar orgulho
de Simão, com desprezo daquela
pecadora e
com desconfiança até do gesto de Cristo...
- O olhar
misericordioso de Cristo, que valoriza
o gesto de amor
daquela
pecadora e censura a arrogância daquele fariseu puritano...
- O olhar humilde
da Pecadora, que reconhece seu
pecado e
descobre no
gesto de Jesus a misericórdia de Deus.
+ A atitude de Deus: Ele ama
sempre...
Ele ama todos como filhos e a todos convida a integrar a sua
família.
É esse Deus que temos de propor aos nossos irmãos e
que temos de apresentar àqueles que a sociedade trata como
marginais.
A figura de Simão representa aqueles que, instalados nas
suas certezas
e numa prática religiosa feita de ritos e obrigações bem definidos
e rigorosamente cumpridos, se acham em dia com Deus e com os
outros.
Consideram-se "bons cumpridores" de suas
obrigações
e desprezam os que não as cumprem.
- Em nossas comunidades, há ainda hoje
situações semelhantes?
Sabemos que a Igreja
não é formada de "justos", mas de pecadores
que foram perdoados e
necessitam SEMPRE do perdão de Deus e dos irmãos.
- Quantas vezes também nós podemos nos considerar mais ou
menos "perfeitos"
e desprezamos os que
nos parecem pecadores, imperfeitos, marginais!...
A exclusão e a marginalização não geram vida nova;
só o amor e a misericórdia interpelam o coração e
provocam uma resposta de amor.
+ Qual é a NOSSA atitude diante do pecado?
- Diante dos erros
dos outros,
imitamos o
exemplo de Jesus, que acolhia e perdoava...
ou de Simão, que
rejeitava e condenava?
- Diante dos
nossos erros e pecados,
imitamos o
exemplo de humildade de Davi e da pecadora,
ou somos tentados
a escondê-los, ou, de alguma forma, justificá-los?
Pe.
Antônio Geraldo Dalla Costa - 16.06.2013
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