26 set 2013
Setembro é o mês em que os cristãos
católicos se reúnem para refletir sobre a Palavra de Deus. Esses encontros de
reflexão ajudam a entender a importância da Palavra na vida de Maria e também
em nossas vidas.
A Palavra nos revela que Maria era
uma jovem obediente e temente a Deus. Por ser pura, Deus a escolheu para ser a
mãe de seu Filho, Jesus. A palavra nos mostra que Maria aparece como símbolo da
“Filha de Sião” (Sof 3,14-17), lugar da residência de Javé. Ela é simbolizada
como a nova Arca da Aliança, aquela que trará dentro de si a Lei definitiva de
Deus.
Em Maria, a Palavra se fez carne (Jo
1,14). O Filho de Deus se tornou carne e o sangue da mulher, a bendita entre
todas as mulheres. Na sua simplicidade fez-se serva, discípula, seguidora
daquele que a gerou em seu seio materno. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se
em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). Amada e admirada, seu exemplo de vida
é seguido pelos cristãos católicos, porque foi a primeira a acolher a Palavra,
praticar e acreditar. Ela acreditou desde o dia da Anunciação do Anjo. Não só
acreditou, mas colaborou com o projeto de Deus. Com isso, os católicos veem em
Maria o exemplo de amor e de fidelidade a Jesus.
Maria é a discípula perfeita de seu
filho, tanto pelo exemplo de vida, de fé, como também pela sua constante adesão
e meditação da Palavra de Deus Encarnada: Jesus seu Filho (Lc 1,45; 1,38;
2,19). Podemos afirmar que Maria é o ponto de união entre o céu e a terra: “Sem
Maria desencarna-se o Evangelho, desfigura-se e transformar-se em ideologia, em
racionalismo espiritualista” (Doc. Puebla n. 301).
Maria acolheu a Palavra com todo
carinho e a guardou em seu coração. Ela conceberá e dará à luz um Filho cujo o
nome será Emanuel (Is, 7,14), que significa Deus está conosco. Tudo isso
aconteceu para se cumprisse o que Senhor tinha dito através dos profetas: eis
que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho (Mt, 1,22-23)
A mãe de Jesus Cristo participou
efetivamente da vida e do mistério de Jesus. Ela seguiu de perto não de forma
passiva, mas como colaboradora de sua missão.
Portanto, o canto do Magnifcat está inteiramente tecido pelos fios da
Sagrada Escritura, os fios tomados da Palavra de Deus. Com isso, revela-se que
em Maria a Palavra de Deus se encontra de verdade em sua casa, de onde sai e
onde entra com naturalidade. Além disso, assim se revela que seus pensamentos
estão em sintonia com os pensamentos de Deus, que seu querer é um querer junto
com Deus.
Estando intimamente penetrada pela
palavra Deus, ela pode chegar a ser mãe da palavra encarnada” (Doc. Aparecida, n. 271). Maria foi apaixonada
pela Palavra de Deus. Seguindo o seu exemplo queremos também nos apaixonar pela
Palavra de Deus, no sentido de ouvir, acolher e fazer dela o fundamento de
nossa vida cristã.
Frater
Francisco Jesus (C.Ss.R.)
Administrador
do Memorial Redentorista – Túmulo Padre Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida
(SP)