domingo, 16 de junho de 2013

Não à violência! - Universo Jatoba

Não à violência! - Universo Jatoba
Não à violência!

09.06.2013 - Por Universo Jatoba - 

Hoje quero compartilhar com vocês este lindo texto do Dr. Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi e fundador do MK Gandhi Institute. Estas palavras foram ditas durante uma palestra dele na Universidade de Porto Rico.
“Eu tinha 16 anos e vivia com meus pais na instituição que o meu avô fundou, e que ficava a 18 milhas da cidade de Durban, na África do Sul. Vivíamos no interior, em meio aos canaviais, e não tínhamos vizinhos; por isso as minhas irmãs e eu ficávamos sempre entusiasmados com a possibilidade de ir até a cidade para visitar os amigos ou ir ao cinema. Um dia o meu pai pediu-me que o levasse até a cidade, onde participaria de uma conferência durante o dia todo. Eu fiquei radiante com esta oportunidade.
Como íamos até a cidade, minha mãe deu-me uma lista de coisas que precisava do supermercado e, como passaríamos ali o dia todo, meu pai pediu-me que tratasse de alguns assuntos pendentes, como levar o carro à oficina. Quando me despedi de meu pai ele disse-me:
“Vamos encontrar-nos aqui, às 17 horas, e voltaremos para casa juntos.”
Depois de cumprir todas as tarefas, fui até o cinema mais próximo. Distraí-me tanto com o filme, que me esqueci da hora. Quando me dei conta eram 17h30. Corri até a oficina, peguei o carro e corri para buscar o meu pai. Eram quase 18 horas. Ele me perguntou ansioso:
“Por que chegou tão tarde?”
Eu me sentia mal pelo ocorrido e não tive coragem de dizer que estava no cinema. Então, disse-lhe que o carro não ficara pronto, e que tivera que esperar. O que eu não sabia era que ele já havia telefonado para a oficina. Ao perceber que eu estava mentindo, me disse:
- Algo não está certo no modo como o tenho criado, porque não teve a coragem de me dizer a verdade. Vou refletir sobre o que fiz de errado. Caminharei as 18 milhas até nossa casa para pensar sobre isso.
Assim, vestido terno e sapatos elegantes, meu pai começou a caminhar para casa pela estrada de terra sem iluminação. Não pude deixá-lo sozinho. Guiei por 5 horas e meia atrás dele. Ao ver o meu pai sofrer por causa de uma mentira tonta que eu tinha dito decidi ali mesmo que nunca mais mentiria.
Às vezes lembro-me deste episódio e penso: “Se ele tivesse me castigado da maneira como nós castigamos nossos filhos, será que teria aprendido a lição?” Não, não creio. Teria sofrido o castigo e continuaria a fazer o mesmo. Mas esta ação não-violenta foi tão forte que ficou impressa na memória como se fosse ontem.”

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