ROTEIRO HOMILÉTICO DO 3.º DOMINGO DA QUARESMA – ANO B – ROXO
– 08.03.2015
Q1503: A Lei e o Templo
Em nossas casas, costumamos limpar
todos os dias.
Assim mesmo, de vez em quando
sentimos a necessidade
de uma limpeza geral... lavamos as
paredes... o teto...
os vidros... para tirar o mofo que
foi se acumulando...
A Quaresma também é um tempo de
purificação
propício para renovar nossa vida
cristã e purificar o nosso coração
daquelas impurezas que foram se
acumulando ao longo do tempo.
As leituras bíblicas tratam de dois
pontos fundamentais da religião judaica:
a Lei de Deus e o Templo,
que, com o passar do tempo,
também estavam precisando de uma
purificação...
Cristo se apresenta como a nova
Lei e o novo Templo.
Na 1a Leitura
Deus entrega a LEI, num contexto de
êxodo e de Páscoa,
como parte de uma Aliança. (Ex 20,1-17)
- É um momento fundamental na
história da Salvação.
Deus se apresenta desde o começo como Libertador:
"Eu sou o
Senhor teu Deus que te tirou da escravidão do Egito"
Os 10 mandamentos brotavam do amor de um Deus "Libertador",
que depois de ter libertado seu povo da escravidão material do
Egito,
queria libertá-lo também da escravidão moral das paixões e do pecado.
- Deus não deu as leis do Decálogo
para serem um atentado
contra a liberdade humana. Pelo contrário, para os homens
sejam livres
e
respeitem a liberdade dos outros.
- Os Mandamentos indicavam o
caminho seguro para ser feliz e
ser o Povo da Aliança, colaborador de Deus no Plano da Salvação…
- Mas Israel não foi fiel a esse compromisso:
muitos abusos e desvios esvaziaram o verdadeiro sentido do decálogo…
- Era necessário restaurar a
antiga Lei, completá-la, aperfeiçoá-la…
sobretudo no sentido do amor e da interioridade…
libertando-a de todo formalismo.
Precisava uma Nova Aliança, uma NOVA LEI. É o que Cristo veio realizar:
"Não vim suprimir a Lei… mas
completar, aperfeiçoar…"
Na 2ª Leitura, Paulo afirma
que seu projeto de Salvação
passa pela morte na cruz:
"Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os
judeus e
loucura para os gentios" (1Cor 1,22-25)
A Cruz de Cristo pode parecer
loucura e sinal de fraqueza.
Todavia, Deus transformou a cruz
em sabedoria e caminho de salvação.
No Evangelho, Jesus
se apresenta como o NOVO TEMPLO… (Jo
2,13-25)
O Templo era um lugar muito
sagrado para os judeus.
Todo judeu devia ir ao templo ao
menos uma vez por ano
para oferecer um sacrifício a
Deus.
Estas ofertas para os sacrifícios
faziam girar muito dinheiro...
e provocavam abusos e exploração.
O gesto ousado de Cristo não é
apenas zelo de purificação do templo.
É anúncio da abolição do velho
templo e do culto aí celebrado.
O antigo templo já tinha concluído
a sua função.
Surgirá um novo templo, não construído de pedras e por mãos humanas,
mas o "lugar da
Presença" viva de Deus: JESUS CRISTO.
Passamos do templo de pedra
(projeto de Davi e realizado por Salomão)
ao Templo sonhado pelos profetas
(fonte de vida e luz para todos os povos),
para chegar ao Senhor ressuscitado,
o templo verdadeiro
Caminhamos todos para um
"templo definitivo", que se identifica
com o mundo inteiro, quando esse
se converte em casa do Pai,
isto é, a casa onde todos os
homens se reconhecem irmãos.
Jesus nos convida a sermos templo no
qual está presente Deus
e nele se oferece um verdadeiro
culto em espírito e verdade..
Qual o Templo que devemos purificar?
- Nosso coração deve ser um sinal
de Deus para os irmãos.
- Nossas comunidades devem dar
testemunho da vida de Deus.
- A Igreja deve ser essa
"Casa de Deus" onde as pessoas podem encontrar
a proposta de libertação e de Salvação que Deus oferece a todos.
- O "Culto", que Deus
aprecia, deve ser uma vida
vivida na escuta de suas propostas e traduzida em gestos concretos
de doação, de entrega, de serviço simples e humilde aos irmãos.
- Jesus purificou o templo de seus profanadores e
nos convida a
purificar também o templo de nosso coração.
* Qual a nossa
atitude diante da Lei de Deus?
É uma cerca que nos prende ou um caminho seguro para uma vida feliz?
* Qual o respeito que temos na
casa de Deus... (antes, durante, depois…)
- Se Cristo voltasse hoje às nossas igrejas… o que aconteceria?
A quem deveria expulsar com o chicote?
A Campanha da Fraternidade nos lembra outro
templo sagrado,
também profanado pela ganância dos "vendilhões" de
hoje.
A Pessoa humana é esse lugar sagrado,
onde Deus quer ser respeitado e servido…
Essa celebração deve nos levar a refletir sobre o ESPÍRITO
com que vivemos a nossa religião:
diante da Lei de Deus, nas práticas religiosas de nossa
religião
e no respeito à pessoa humana !…
Só assim o nosso culto será realmente agradável a Deus!
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