Catequistas
FONTE: http://www.buscandonovasaguas.com/?noticia=10
SER, SABER E SABER FAZER:
Três Qualidades do Catequista
O povo de Deus recebeu a vocação
e a consagração de anunciar e testemunhar o Evangelho. Nesta vocação comum, o
Senhor escolhe alguns para o serviço da catequese. Portanto, os catequistas são
convocados por Deus mediante a Igreja, para desempenhar a missão evangelizadora
da educação na fé.
A fim de que estes agentes
pastorais possam desempenhar de maneira responsável e qualitativa o seu
ministério, devem prestar uma particular atenção às suas competências, entre as
quais está o serviço à Palavra de Deus e à Igreja.
A formação
A formação integral dos
catequistas, delineada no Diretório Geral para a Catequese numa tríplice
dimensão: ser, saber e saber fazer, procura tornar os catequistas capazes de
desempenhar de forma mais consciente a sua tarefa na comunidade eclesial.
A finalidade destas três
características educativas consiste em acompanhar progressiva e permanentemente
o agente pastoral da catequese, a fim de que ele possa desenvolver a própria
personalidade cristã, aonde confluem os valores e a sabedoria humana, a síntese
da fé e o compromisso pastoral.
Este programa didascálico
comporta o conhecimento da Bíblia e da teologia, da pedagogia e da comunicação,
da liturgia e da espiritualidade. Tudo isto não diz respeito de maneira
exclusiva a um simples saber intelectual, mas sim a um conhecimento a nível de
testemunho, ou seja, a uma profunda experiência de comunhão, de misericórdia e
de certeza do amor de Deus, que consiga fazer do catequista um autorizado
educador na fé.
Servidor da Palavra
A atitude típica do cristão
consiste em praticar na sua própria existência o projeto de vida do Mestre,
expresso de forma categórica, com as seguintes expressões: Com efeito, o Filho
do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate
por muitos (Mc 10, 45). Por conseguinte, é mediante a participação no Mistério
pascal de Cristo que cada um dos batizados se une à vontade do Pai, mas de
maneira ainda mais específica aqueles que desempenham um determinado ministério
no seio da comunidade eclesial.
Conseqüentemente, a
espiritualidade do catequista impõe uma escuta participativa da Palavra em
ordem a uma interiorização, a um confronto e a uma resposta existencial.
Consciente do seu papel a desempenhar na Igreja, ele tem necessidade de uma familiaridade
com a Sagrada Escritura para acompanhar os irmãos na intimidade com o Verbo do
Pai.
Da meditação fiel da Bíblia, como
uma conseqüência lógica, o catequista poderá iluminar, encorajar e instruir os
catequizandos a não se deixarem desanimar pelas dificuldades, a não se
submeterem aos critérios secularizadores, hoje predominantes na sociedade, e a
não venderem a sua dignidade de filhos de Deus.
Os livros sagrados forjam a mente
e o coração do catequista, tornando-o capaz do martírio, ou seja, de dar
testemunho da fé, onde se manifesta a sabedoria bíblica, porque conquista o
domínio da Sagrada Escritura; inquietude missionária, porque adquire a
consciência do incansável zelo missionário evangelizador de Jesus, caminha no
seguimento dos seus passos para alcançar todas as pessoas com amor salvífico;
caridade veemente, porque segundo o exemplo do Senhor se inclina diante do
sofrimento do homem para dar alívio e infundir esperança, sinais evidentes de
que o seu agir constitui um eco do novo mandamento: «Amarás ao Senhor, teu
Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este
é o maior e o primeiro manda mento. O segundo é semelhante a este: amarás ao
teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas» (Mt 22, 37-40).
Da recepção humilde e obediente
da Palavra revelada, o catequista dispõe-se a servir a comunidade eclesial para
a edificar na comunhão, na diaconia e na missionariedade.
Servidor da Igreja
O ministério do catequista nasce,
vive e realiza-se no seio da Igreja; por isso, ele pode ser considerado plena e
justamente animador da comunidade eclesial, promotor da educação, da
alimentação e do amadurecimento da sua fé, além de testemunha daquilo em que o
povo de Deus acredita, daquilo que o mesmo celebra, vive e reza.
Uma das finalidades específicas
da catequese consiste em iniciar os catecúmenos na vida comum, onde se vive a
experiência de amar e louvar a Deus, de se ajudarem uns aos outros e de se aperfeiçoarem
fraternamente, de com partilharem as tribulações e as alegrias, de oferecerem a
própria disponibilidade, tolerância, paciência e prudência nos relacionamentos
interpessoais, de tal maneira que, em qualquer situação, a Igreja se apresente
como ícone da Santíssima Trindade.
Nesta altura, é necessário
relevar a importância do relacionamento de colaboração entre os catequistas e
os pastores, em vista de realizar conjuntamente a programação pastoral da
catequese, para que ela possa corresponder de maneira constante à sua natureza
no contexto da missão evangelizado ra da Igreja.
Por sua vez, os pastores que se
interessam sinceramente pela preparação dos catequistas, cuidam da sua
competência doutrinal e metodológica, enquanto se dedicam à orientação espiritual
e virtuosa destes agentes pastorais. E tudo isto, sempre para servir e edificar
a Igreja de Deus, na certeza de que cada um dos ministérios encontra a sua
gênese na confiante chamada divina. "Não fostes vós que me escolhestes;
fui Eu que vos escolhi a vós e que vos destinei para irdes e dardes fruto, e
que o vosso fruto permaneça" (Jo 15, 16).
O serviço eclesial à Palavra
Através de uma análise da
realidade social contemporânea, evidencia-se o afastamento de tantos batizados
da Igreja, porque os valores que no passado orientavam o comportamento humano,
atualmente são ameaçados por uma mentalidade ateia; por conseguinte, é necessária
uma séria e qualificada catequese em que a Palavra de Deus seja apresentada
orgânica e unitariamente, mediante a sua linguagem narrativa dos acontecimentos
salvíficos e através do seu impetuoso poder de redenção.
Não com menos urgência, é necessário
demonstrar a identidade apostólica da igreja, onde o catequista desempenha o
seu serviço em particular sintonia e comunhão com ela. Quanto mais forem
evidenciados o amor e a responsabilidade em relação à comunidade eclesial,
tanto mais os catequizandos se sentirão como verdadeiros filhos da igreja,
orientados pelas Sagradas
Escrituras. (L'Osservatore
Romano)
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