terça-feira, 5 de junho de 2012

“O CORPO E SANGUE DE CRISTO” - CLAUDINEI M. OLIVEIRA.


“O CORPO E SANGUE DE CRISTO” - CLAUDINEI M. OLIVEIRA.

Quinta - feira, 07 de Junho de 2012.
Evangelho: Mc 14,12 -16.22-26

            Quem come a minha carne e bebe e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele, diz o Senhor”
A grande festa do “Corpo de Cristo” anuncia a presença do Cristo no meio do Povo. Ele morreu, ressuscitou e continua inserido junto a caminhada do povo na igreja santa. Ao alimentar do Corpo e Sangue de Cristo o cristão está aderindo ao projeto de Vida e da Unidade de um Deus presente e vivo nos serviços  do povo. Esta festa acontece sempre em uma quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue. Por isso, através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.
            Jesus simboliza toda a humanidade reunida em torno da mesma fé e na mesma crença. Partilhou na sua comunidade de discípulos as angústias e perseverança de que tudo iria acontecer para bendizer ao homem. Foi leal e companheiro de todos. Incentivou com maestria o caminho para o bem e ensinou como ninguém os truques para sair das mãos dos aproveitadores.
 Mesmo sabendo que iria deixar a comunidade de discípulos amados,  os reuniu em torno de uma mesa para partilhar o pão e o vinho. Na última ceia Jesus provou que sua vida terrena estava no ciclo final, mas sua memória jamais poderia ser esquecida. Assim, todas as vezes que celebramos a Santa Eucaristia, estamos fazendo a memória de um lutador que animou e continua animando cada cristão a caminhar pelo caminho da salvação.
Alimentar do corpo e sangue de Cristo é mensurar na doutrina cristã salvadora que indica o caminho perfeito para alcançar o pai. Contudo, não basta somente ir à igreja, sentar-se ao banco e fazer a memória de Jesus na Eucaristia. Para sermos de fato co-irmãos de Jesus temos que alimentar no Cristo em plenitude, isto é,  abastecer do Espírito Santo que move e inspira estar perto de Deus, mas agir junto com o povo, cantar na labuta diária os conflitos, as decepções, apontar caminhos que levem a libertação, principalmente daqueles marginalizados. Todavia, caros irmãos, é preciso lutar, trabalhar, criar projetos de vida na comunidade que possa favorecer a paz, a fraternidade, o amor, a felicidade e  alegria.
Jesus transpirava noventa e nove por cento  na caminhada. Levou consigo tudo que necessitava para alegrar o povo. Ele curava os doentes e expulsava os demônios. Claro que estamos escrevendo isto no sentido figurado, pois Jesus curava os doentes dos males que impregnavam as relações sociais como a fome, violência, os abusos, as injustiças, os aproveitadores; e expulsava os demônios interesseiros  na vida do outro, em querer possuir as riquezas, o suor alheio.  Jesus abastecia toda a legião de seguidores do pão da palavra. O pão da palavra liberta de todos os males que corroem a vivacidade do povo. O pão da palavra reanima e consolida a presença real do Cristo Ressuscitado no meio de nós.
            Quem assimila  o corpo e o sangue de Jesus assimila seu modo de ser e de agir. Quem compartilha do mesmo modo de vida de Jesus acredita que vale a pena estar juntos na Eucaristia e  que jamais pode desanimar diante de qualquer obstáculo. Ao acreditar na mesma fé de Jesus passa a comprometer-se com o projeto do Reino. Olha que este projeto tão encorpado por Jesus  requer entrega total, despojamento e assiduidade. Não tem como pensar num projeto de vida sem lutar por ele, não tem como pensar num projeto de vida se não entregar por ele e fazê-lo acontecer  no mesmo modo de Jesus. Portanto, incorporar o corpo e sangue de Cristo é assumir corajosamente a vontade do Pai.
            Jesus derramou o sangue na cruz não para mostrar que realmente era filho de Deus, não precisava desta atitude, mas para marcar na terra sua presença libertadora, esteve na terra não por acaso, mas para cumprir a aliança feita as gerações passadas. Logo, assimilar esta atitude  corajosa compõe na cena da luta para alinhar o povo na longa jornada.
            No canto de procissão do Santíssimo no meio do povo todos cantam e louvam a Deus por sua bondade e misericórdia, assim diz a letra do canto: o povo de Deus no deserto andava, mas à sua frente alguém caminhava, o povo de Deus era rico de nada, só tinha a esperança e o pó da estrada. Também sou teu povo Senhor, estou nesta estrada, somente a tua graça, me basta e mais nada. Para estar com Cristo não basta riqueza, luxúria, ostentação, conhecimento exagerado, basta somente a sua graça e mais nada. Este é o povo de Deus que acreditou e revelou a presença Dele em seu meio.
            Serve para nós. Temos tudo em nossas mãos. Somos perfeitos, alegres e temos a consciência para o discernimento. Então, só basta comprometer-se com o Deus da vida através da Eucaristia.
            Portanto, buscamos sempre em nossa alma o corpo de Cristo para nós alimentar, para nos ensinar a partilhar e para dar força na caminhada da longa jornada; mas bebemos do sangue de Cristo para fortalecer nosso corpo e aderir ao projeto de vida.  Sejamos queridos discípulos de Cristo e façamos sua vontade. Amém.
            Claudinei M. Oliveira.

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