terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 2.º DOMINGO DA QUARESMA – ANO B – ROXO – 01.03.2015

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 2.º DOMINGO DA QUARESMA – ANO B – ROXO – 01.03.2015



ROTEIRO HOMILÉTICO DO 2.º DOMINGO DA QUARESMA – ANO B – ROXO – 01.03.2015

Q1502: "Escutai-o"

Aqui estamos reunidos em assembléia para ESCUTAR
a Palavra de Deus e celebrar a Eucaristia.
A Escuta dessa Palavra nos revela os Planos de Deus e
nos aponta o caminho a seguir para chegar à vida plena.

As leituras bíblicas de hoje nos apresentam dois exemplos
na CAMINHADA DA FÉ: a fé de Abraão e a fé dos Apóstolos.

A 1a Leitura fala da fé de Abraão. (Gn 22,1-2.9.10-13.15-18)

A narrativa faz parte das "tradições patriarcais", sem caráter histórico.
Destina-se a apresentar Abraão como MODELO DE FÉ:
Ele vive numa constante ESCUTA da Palavra de Deus,
aceita os apelos de Deus, e lhe responde com obediência total, mesmo oferecendo o filho Isaac. Abraão ensina a confiar em Deus, mesmo quando tudo parece cair à nossa volta, e quando os caminhos do Senhor se revelam estranhos e incompreensíveis. Sua obediência tornou-se uma fonte de vida
para ele, para a sua família e para todos os povos...

O sacrifício de Isaac é símbolo do sacrifício de Jesus.
Isaac foi substituído por um cordeiro, Cristo é o verdadeiro Cordeiro
sacrificado para a salvação do mundo.

Na 2a Leitura, Paulo retoma a figura de Isaac,
subindo o monte Moriá, com a lenha do sacrifício às costas,
como imagem de Cristo que também sobe o monte Calvário,
carregando às costas o lenho da Cruz. (Rm 8,31-34)

É um hino, em que Paulo canta entusiasmado o Amor de Deus.
O fundamento de nossa fé é o amor fiel e incondicional a Deus.

O Evangelho fala da fé dos Apóstolos: (Mc 9,2-10)

Na caminhada para Jerusalém, o 1º Anúncio da Paixão e Morte de Jesus
abalou profundamente a fé dos apóstolos.
Desmoronaram seus planos de glória e de poder.
Para fortalecer essa fé ainda tão frágil… Cristo tomou três deles...
subiu o Monte Tabor e "TRANSFIGUROU-SE…"
- Proposta de Pedro: "É bom estar aqui! Vamos fazer três tendas..."
- Proposta de Deus: "Este é o meu Filho amado, ESCUTAI-O!".

* A transfiguração de Jesus é uma Catequese que revela
aos discípulos e a nós Quem é Jesus: o FILHO AMADO DE DEUS:
Um novo MOISÉS que dá ao seu povo uma NOVA LEI e
através de quem Deus propõe aos homens uma NOVA ALIANÇA
As figuras de Elias e Moisés ressaltam que a Lei e as Profecias
são realizadas plenamente em Jesus.
O mundo se transforma quando acolhemos a voz do Pai...
+ Em nossa caminhada para a Páscoa,
somos também convidados a subir com Jesus a montanha e, na companhia dos 3 discípulos, viver a alegria da comunhão com ele. As dificuldades da caminhada não podem nos desanimar. No meio dos conflitos, o Pai nos mostra desde já sinais da ressurreição e do alto daquele monte ele continua a nos gritar:
"Este é o meu Filho amado, ESCUTAI-O".
- Não desanimemos, os Planos de Deus não conduzem ao fracasso,
  mas à Ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim.

+ Vocês têm fé? O que é ter fé? O que é mesmo a fé?
   É apenas uma adesão da inteligência a algumas verdades,
   que decoramos na catequese? É muito mais...

A FÉ É:

- É a Adesão de nossa vida a Deus...
  É acolher Deus que quer fazer sua história junto conosco...
  É fazer a vontade de Deus... (tanto no Tabor, como no Calvário)
- É um Dom gratuito de Deus (Não foi Abraão que tomou a iniciativa)

A FÉ EXIGE:

- Uma Resposta da pessoa a uma Palavra, a uma Promessa...

- Um Serviço pronto e generoso na Obra de Deus...  

- Uma Ruptura: Deixar a terra dos ídolos que nos prendem…
   e abraçar o desconhecido… (experiência de Abraão)

- Escutar atentamente tudo o que Jesus diz, seguindo seus passos com confiança total, mesmo nos momentos difíceis e incompreensíveis…

- Reconhecer esse Cristo desfigurado, presente na pessoa dos irmãos...   e estender a mão para servi-los...  É fácil reconhecer o Cristo transfigurado no Tabor…  Mais difícil é reconhecê-lo desfigurado no Monte Calvário...   

- Ação: Não podemos ficar no Monte... de braços cruzados....
Descer a montanha foi para os discípulos muito mais difícil do que subi-la.
Pedro deseja se estabelecer no alto da montanha e ali vivenciar a vida cristã como se fosse um eterno retiro, longe do barulho das pessoas, das cidades...
Um lugar ideal para viver de contemplação.

Quando ouvimos a própria voz, deixamos de ouvir a voz de Deus.                                      
O seguidor de Cristo deve "descer o monte" para enfrentar o mundo
e os problemas dos homens e testemunhar aos homens o dom da vida.
Somos todos convidados a ser Missionários da Transfiguração…

                                        Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 01.03-2015

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

HORÁRIOS DAS CELEBRAÇÕES DE CINZAS


ROTEIRO HOMILÉTICA DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS – ANO B – ROXO – 18.02.2015

ROTEIRO HOMILÉTICA DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS – ANO B – ROXO – 18.02.2015

Q1500: Cinzas: Voltai ao Senhor

Com a bênção e a imposição das CINZAS,
iniciamos hoje o tempo Sagrado da Quaresma
em preparação à Páscoa e a Campanha da Fraternidade...
É um apelo à conversão e a uma renovação interior.
As Leituras aprofundam esse tema:

A 1ª Leitura é um convite à CONVERSÃO:
"Voltai para mim de todo o coração". (Jl 2,12-18)

Diante das dificuldades causadas pela dominação estrangeira,
pela seca e pelas pragas dos gafanhotos, o Profeta Joel exorta 
"a voltar para o Senhor de todo o coração,
pois ele é compassivo, paciente, misericordioso".

* Hoje o Senhor nos dirige o mesmo apelo:
"Voltai para mim de todo o coração". A Quaresma é esse tempo oportuno.
Não obstante nossas infidelidades, nossas fraquezas, nossas indecisões,
Deus guiará certamente nossos passos para o encontro com ele.

O Salmista, confiante na misericórdia do Senhor,
suplica um coração novo e um espírito renovado
para trilhar o caminho da Aliança. (Sl 51)

A 2ª Leitura é um convite à RECONCILIAÇÃO:
"Deixai-vos reconciliar com Deus". (2Cor 5,20-6,2)

Paulo convida a viver a reconciliação oferecida por Cristo
que assumiu o nosso pecado, as nossas fragilidades.
Por isso insiste que "este é o tempo favorável",
o tem da graça, que o Senhor nos proporciona,
para cooperarmos com a sua obra redentora.

No Evangelho, Jesus lembra três práticas da religiosidade judaica,
cuja prática é recomendada na Quaresma: A Esmola, a Oração e o Jejum
e o espírito com que devem ser praticadas.  (Mt 6,1-6.16-18)

1) A Esmola deve ser "em segredo" e não uma ocasião
para se exibir ou para ser elogiado publicamente.
"Que tua mão esquerda não saiba o que faz a direita".
  * Hoje, mais do que esmola falamos de solidariedade, de partilha,
     de atenção aos necessitados.

2) A Oração não deve ser uma repetição monótona de fórmulas,
nem mesmo uma lista de petições.
Deve ser um Diálogo com Deus para entender e aceitar o seu projeto.
Essa Oração é escuta e abertura do coração para nos dispor a acolher
os planos de Deus em nós. Requer tempo e ambientes adequados.

3) O Jejum pregado por Jesus afasta-se do jejum dos fariseus e
alinha-se mais com o jejum dos profetas. Não é expressão de luto e de dor,
mas sim expressão de alegria pela presença do Reino de Deus no mundo.
É interessante notar, que o Novo Testamento fala pouco do jejum.
Paulo não o menciona. Jesus fala disso em apenas duas ocasiões:
uma para justificar seus discípulos que não jejuam;
a outra no episódio de hoje, quando diz o espírito do verdadeiro jejum.

FRATERNIDADE: Igreja e Sociedade,

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil promove,
todos os anos, a Campanha da Fraternidade.
O tema tem o seu ponto forte, como reflexão, compromisso e ação.
É uma das formas que temos de concretizar a Quaresma.
Ao assumir a Campanha, abrimos o coração à conversão,
participando da construção de uma sociedade
que busca ser justa, humana e fraterna.
Para este ano, os Bispos do Brasil convidam
a todos os católicos e pessoas de boa vontade
a refletirem sobre o relacionamento entre Igreja e sociedade.

Neste ano o TEMA é "Fraternidade: Igreja e Sociedade"
e o LEMA "Eu vim para servir" (Mc 10,45).

O Objetivo geral é "aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Vaticano Segundo,
como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus":

Para atingir o objetivo geral, os Bispos apresentam objetivos específicos.
São eles: - Primeiro: "Compreender a situação atual da relação entre a Igreja
e a sociedade". - Segundo: "Discernir as questões que desafiam a evangelização no serviço eclesial à sociedade". - Terceiro: "Fazer memória do caminho percorrido pela Igreja em diálogo e colaboração com a sociedade, a serviço
da vida e do bem do povo brasileiro". - Quarto: "Aprofundar a questão da dignidade da pessoa, da integridade da criação e da cultura da paz, em espírito ecumênico e de diálogo inter-religioso". - Quinto: "Incentivar as pessoas e as comunidades a exercerem seu protagonismo no contexto social em que vivem". - Sexto: "Atuar profeticamente, à luz da evangélica opção pelos pobres,
para o desenvolvimento integral da pessoa e para a construção de uma sociedade justa e solidária". -  Sétimo: "Identificar os fatores que constroem a paz
e o bem comum, para superar as relações desumanas e violentas".

+ As CINZAS, que hoje recebemos, significam nosso compromisso,
dentro do espírito que a Igreja nos propõe: Oração, jejum, caridade...
Que essas cinzas nos levem a um esforço pessoal e comunitário,
para estar sempre mais a serviço dos irmãos...


                                           Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 18.02.2015

ROTEIRO HOMILÉTICA DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS – ANO B – ROXO – 18.02.2015

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 6.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – VERDE – 15.02.2015

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 6.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – VERDE – 15.02.2015
FONTE: http://www.buscandonovasaguas.com/
Antífona de entrada:
Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais (Sl 30,3s).
Comum 1506: Os Excluídos

Marcos, no seu Evangelho, vai mostrando: "Quem é Jesus".
Não se preocupa com definições abstratas...
mas apresenta concretamente Jesus agindo.
A partir de seus gestos, podemos descobrir quem ele é:
- Jesus liberta o homem possuído por um espírito mau;
- Estende a mão à sogra de Pedro e ajuda a levantar-se;
- HOJE vemos a sua atitude para com os marginalizados e EXCLUÍDOS.

A 1 a Leitura mostra severa discriminação dos LEPROSOS,
na lei de Moisés:
"O leproso andará com vestes rasgadas, cabelos soltos e barba coberta...
Viverá isolado, morando fora do acampamento...
Ao se encontra com alguém, deve gritar: sou impuro..." (Lv 13,1-2.44-46)

O preceito se explica pela preocupação de contágio
e pelo conceito dos hebreus, que viam na lepra um castigo de Deus...
O Leproso era assim um castigado de Deus e um excluído da comunidade.

Na 2ª Leitura, Paulo convida a "fazer tudo para a glória de Deus". (1Cor 10,31-11,1)

No Evangelho, vemos a atitude de Cristo para um LEPROSO:
purifica o doente e o reintegra na sua comunidade. (Mc 1,40-45)

- Um leproso, contrariando a lei, aproxima-se de Jesus...
e de joelhos implora: "Se queres, podes limpar-me..."
- Jesus "se compadece", "estende a mão e toca-o..."
  e restitui a saúde: "Eu QUERO, fica curado..."

Ao acolher e tocar o leproso, Jesus transgredia a lei, que proibia tocar neles.
Mas logo em seguida a cumpre: manda apresentar-se ao Sacerdote,
a quem cabia a decisão de reconhecer a cura e reintegrar na comunidade.
Para Cristo, a caridade está acima da Lei...
Jesus "compadecido" cura dois males: o mal da solidão e o mal da lepra.
E reintegra o leproso na convivência fraterna...

- O Leproso, ao experimentar o poder salvador de Jesus,
torna-se um ardoroso testemunha do amor e da bondade de Deus.

* Deus não exclui ninguém.
Todos são chamados a integrar a família dos filhos de Deus.
O Leproso não é um marginal, um pecador condenado, um homem indigno,
mas um filho amado a quem Deus quer oferecer a Salvação e a vida.

* O Caminho do leproso deve ser o caminho de todo discípulo:
- Vir a Jesus, aceitar a própria limitação humana,
- experimentar a misericórdia e o poder libertador do Senhor
- e finalmente tornar-se testemunha das grandes obras de Deus.



* Outros vêm nesse episódio elementos do Sacramento da Penitência:
A Penitência é um encontro com Jesus, que cura da lepra do pecado e
re-introduz na comunidade eclesial.

Os leprosos de hoje...

Infelizmente a "lepra" ainda hoje existe em nossa sociedade e na Igreja.
Há muitos excluídos, mantidos "fora do acampamento".
- São rejeitados, como se fossem leprosos, todos os "DIVERSOS":
os que pensam ou agem diferente de nós....

- E quando alguém se sente um "leproso", a quem ele deve se dirigir?
  Será que poderá contar com o apoio dos cristãos de sua comunidade,
  com a mesma confiança do leproso que procurou Jesus ?

Leprosos de hoje são os que vivem nos barracos das favelas das cidades ricas;
são os desempregados das cidades industriais; os jovens drogados,
vítimas de uma sociedade consumista; são as crianças abandonadas;
são os idosos sem vez no emprego e na família, como produto descartável...
= São lepras que matam muito mais do que a lepra do tempo de Jesus.

+ Jesus não teve repugnância dos leprosos...

   Pelo contrário, aproxima-se deles, porque vê neles um filho de Deus.
 * Qual é a nossa atitude para com eles?
     Nossos preconceitos, nosso legalismo não estão criando
     marginalização e exclusão para os nossos irmãos?

- Jesus sentiu "compaixão"...
* O que sentimos diante do sofrimento, da injustiça, da miséria de um irmão?  
   "Estendemos a mão" ou apenas lamentamos: "Coitado"?

O encontro com Jesus transformou totalmente a vida do leproso.
Ele não podia esconder a alegria, que esse encontro produziu na sua vida
e sentiu a necessidade de dar testemunho.

* O nosso encontro com Cristo nessa eucaristia nos torna capazes
de testemunhar no meio de nossos irmãos, com alegria e entusiasmo,
a libertação que Cristo nos trouxe?

- Quais são os NOSSOS leprosos... que excluímos do nosso convívio?
  Estamos dispostos, a exemplo de Cristo,
  nos aproximar deles e estender a nossa mão?

O Leproso não tem nome,
não se diz o lugar, nem o tempo em que foi curado.
É para que o nome seja o MEU, o lugar seja AQUI, e o tempo seja AGORA.
- Qual é a sua lepra?
Quando o Evangelho é anunciado, se me entrego a Jesus e me converto,
realiza-se em mim aquilo que é narrado: "Quero, fica purificado".


                                            Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 15.02.2015

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 6.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – VERDE – 15.02.2015


Antífona de entrada:

Sede o rochedo que me abriga, a casa Bem defendida que me salva. Sois Minha fortaleza e Minha Rocha; Pará honra Fazer Vosso nome, Vos me conduzis e alimentais (30,3s SL).
Estilo

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 5.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – VERDE – 08.02.2015

ROTEIRO HOMILÉTICO DO  5.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – VERDE – 08.02.2015

               Comum 1505: O Sofrimento

A Liturgia dominical procura sempre iluminar a nossa vida
nas mais diversas situações.
Uma situação concreta que aflige o homem
de todos os tempos é o SOFRIMENTO.

- Por que há no mundo tantas pessoas sofrendo?
   Ninguém gosta de sofrer… mas o sofrimento existe:
   injustiças, guerras, calamidades, pobreza, fome, discórdias, doenças…
- Quem é o culpado? Seriam os nossos pecados? É um castigo de Deus?
  Como explicar então os inocentes... o Cristo na cruz?
  Por que Deus permite essas coisas sem intervir?
  Por que o justo também sofre e o malvado parece estar em situação melhor?
  - Qual é o sentido do sofrimento e da dor?

As leituras bíblicas nos dão uma resposta...

Na 1ª leitura, vemos a experiência do Sofrimento de Jó (Jó 7,1-4.6-7)

Jó é um homem justo e fiel ao Senhor.
Possuía muitos bens e uma família generosa.
De repente, viu-se privado de todos os seus bens, perdeu a família e
foi atingido por uma doença grave.
Essa triste situação provoca no coração dolorido de Jó
sentimentos de amargura e de revolta contra esse Deus incompreensível.
Até os amigos insinuam ser castigo de Deus…
Jó lamenta sua condição de sofredor, mas confia em Deus,
pois tem a certeza de que só em Deus pode encontrar
esperança e o sentido para a sua existência.

* A experiência de Jó no sofrimento é um modelo para todos os que têm fé.
Mesmo amaldiçoando seu próprio nascimento, Jó não amaldiçoa Deus,
pelo contrário, reconhece e louva sua sabedoria e suas obras na criação:
o abismo de seu sofrimento pessoal não lhe fecha os olhos
para a grandeza de Deus
- Diante do sofrimento, ou descobrimos o rosto verdadeiro de Deus,
  ou fazemos dele um monstro, que nos devora e inferniza a nossa vida…
- Não nos esqueçamos: o Sofrimento pode ser uma visita de Deus
  E quando entendermos isso, tudo fica muito diferente…
  "Não nascemos para sofrer, mas o sofrimento nos faz crescer..."

Na 2ª Leitura, a expressão "ai de mim se não evangelizar"
traduz o princípio fundamental da vida de São Paulo. (1Cor 9,16-19.22-23)

No Evangelho, vemos Jesus diante do sofrimento (Mc 1,29-39)

O texto narra uma jornada messiânica de Jesus,
no início de sua missão pública na Galiléia.
Inicialmente, mostra o Messias proclamando o Reino de Deus.
A seguir, mostra a realidade do Reino atuando no mundo
como salvação e libertação, nas palavras e gestos de Jesus.
Apresenta Jesus agindo diante de uma multidão de sofredores:
Ele aparece solidário à dor dos homens e atento às suas necessidades.
Com a autoridade que lhe vem do Pai e em comunhão total com o Pai,
Jesus vence o mal e a dor que escravizam o homem e
anuncia um mundo novo de liberdade e de vida plena.

- Sai da sinagoga e na casa de Pedro:
   Aproxima-se da sogra de Pedroestende a mãoe a "levanta"
   Ela retoma a vida normal, acolhe e serve os hóspedes...
- "Todos o procuram... Cura muitos doentes e endemoniados"…
- "De madrugada, levanta-se e vai rezar, num lugar DESERTO…":

à Com a pregação: ilumina os espíritos, revela o amor de Deus,
     leva as almas à fé, dá sentido à dor… e mostra o caminho da salvação.
à Com os milagres: cura corpos enfermos… expulsa demônios…
     Quer um mundo novo, sem qualquer forma de dor...
à Com a oração: compreende o plano de Deus e aceita a vontade do Pai…
     Só a verdadeira oração pode nos iluminar o sentido da dor…

+ O sofrimento continuará sempre sendo um mistério
Jesus não elimina o sofrimento, mas nos ensina a carregá-lo
com amor e esperança, para que dê frutos de vida eterna…
Jesus nos garante de que Deus nunca nos abandona…
Resta-nos confiar em Deus e entregar-nos em seu amor.

Os cristãos não descobriram o caminho para evitar o sofrimento.
Sofrem como os outros e, às vezes, até mais do que os outros,
mas descobriram que a Cruz de Jesus Cristo é redentora.

Carregar a cruz sozinhos é desesperador…
Mas unidos a Cristo, todo sofrimento é salvador, inclusive o nosso…

* Qual é a nossa atitude diante dos nossos sofrimentos?
   - de aceitação... ou de revolta? (Jesus: no Getsêmani... no Pai Nosso...)
* Qual é a nossa atitude diante do sofrimento dos outros?
          - Estendemos a mão e ajudamos a se libertar?

 * No dia 11/02, celebramos o 23º Dia mundial do enfermo.
O Papa nos propõe como Lema uma frase de Jó:
"Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo" (Jó 29, 15),
que devemos meditar com a sabedoria do coração.
Sabedoria do coração é servir o irmão... Sabedoria do coração é estar
com o irmão. Sabedoria do coração é sair de si ao encontro do irmão...
Sabedoria do coração é ser solidário com o irmão, sem o julgar.

Rezemos para que Deus nos dê muita luz para compreender o mistério do sofrimento e muita coragem para carregá-lo com amor. 


                                                                          Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 08.02.2015

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 5.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – VERDE – 08.02.2015

Antífona de entrada:

Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6s).