terça-feira, 5 de novembro de 2013

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 32.º DOMINGO DO TEMPO COMUM –ANO C – 10/11/2013

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 32.º DOMINGO DO TEMPO COMUM –ANO C – 10/11/2013


ROTEIRO HOMILÉTICO DO 32.º DOMINGO DO TEMPO COMUM –ANO C – 10/11/2013

Comum 1332: Deus dos vivos

Aproxima-se o final do ano litúrgico.
A Liturgia nos oferece a oportunidade de aprofundar  
uma verdade importante de nossa fé:
"Eu creio na Ressurreição dos mortos".

Os primeiros livros da Bíblia não falam claramente da Ressurreição dos mortos.
Só mais tarde, começou-se a falar em Israel
de um despertar daqueles que estão dormindo no pó da terra.

Na 1a Leitura, temos a 1ª profissão de fé na Ressurreição. (2Mac 7,1-2.9-14)

No tempo da perseguição do rei Antíoco (± 170 aC),
a experiência da morte de muitos justos
fez nascer a esperança da Ressurreição.
Nessa época, temos o belo testemunho da Mãe e os sete filhos Macabeus.
Eles são obrigados a violar a prática religiosa dos antepassados.
Fortalecidos pela esperança da ressurreição,
eles preferem enfrentar as torturas e a própria morte, a transgredir a Lei...
Vejamos as respostas corajosas dos primeiros quatro irmãos:

- Um deles, tomando a palavra em nome de todos, falou assim:
  "Estamos prontos a morrer, antes de violar as leis de nossos pais".
- O Segundo, prestes a dar o último suspiro, disse:
  "Tu, ó malvado, nos tiras desta vida presente. Mas o Rei do universo nos
   ressuscitará para uma vida eterna, a nós que morremos por suas leis"
- Depois começaram a torturar o terceiro. Apresentando a língua e as mãos,
  diz: "Do céu recebi estes membros... no céu espero recebê-los de novo..."
- E o quarto quase a expirar: "Prefiro ser morto pelos homens,
  tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará.
  Para ti, porém, ó Rei, não haverá ressurreição para a vida".  

* São as afirmações mais claras do A.T. sobre a vida além da morte.
Assim mesmo tinham uma idéia ainda muito imperfeita.
Era apenas a idéia de uma "revivificação dos justos",
um readquirir no outro mundo uma vida semelhante a de antes.
A idéia foi se desenvolvendo, até ser completamente iluminada por Cristo.

No Evangelho, Jesus fala claramente da Ressurreição, afirmando
que "Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos". (Lc 20,27-38)

- Essa idéia imperfeita de Ressurreição existia ainda no tempo de Jesus.
Alguns Saduceus, que não acreditavam na Ressurreição,
inventaram uma história e fizeram uma pergunta capciosa
que visava ridicularizar a doutrina da ressurreição e da vida futura:
Uma mulher viúva sem filhos... casou com 7 maridos sucessivamente ... 
Com quem ficará na vida futura?

- Jesus responde:

1. Aos Fariseus (que acreditavam numa ressurreição imperfeita):
A Ressurreição não é apenas um despertar do sepulcro para retomar a vida
de antes. A vida com Deus é uma realidade completamente nova e distinta. 
É um dom maravilhoso que o Pai reservou para todos os seus filhos.
Seremos imortais, glorificados, não mais sujeitos às leis da carne.
Por isso, será desnecessário o matrimônio para a conservação da espécie.

2. Aos Saduceus: Afirma a existência da vida futura:
Deus se manifestou a Moisés como o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó,
muitos anos depois de terem desaparecido deste mundo.
Isso quer dizer que eles não estão mortos, mas vivem atualmente em Deus. 
Portanto, se Abraão, Isaac e Jacó estão vivos, podemos falar de Ressurreição.

A RESSURREIÇÃO:

- A Ressurreição é a esperança que dá sentido a toda a caminhada do cristão.
A fé cristã torna a esperança da ressurreição uma certeza absoluta,
pois Cristo ressuscitou e quem se identifica com Cristo nascerá com ele
para a vida nova e definitiva.
A nossa vida presente deve ser uma caminhada tranqüila, confiante, alegre,
em direção a essa nova realidade.

- A Ressurreição não é a continuação da vida que vivemos neste mundo;
mas é a passagem para uma vida nova onde, sem deixarmos de ser nós próprios, seremos totalmente outros... É a realização da vida plena.

- A certeza da Ressurreição não deve ser, apenas, uma realidade que esperamos; mas deve ser uma realidade que influencia, desde já, a nossa existência terrena. É o horizonte da Ressurreição que deve influenciar as nossas atitudes;
é a certeza da ressurreição que nos dá a coragem de enfrentar
as forças da morte que dominam o mundo,
de forma a que o novo céu e a nova terra que nos esperam
comecem a desenhar-se desde já.

A Liturgia nos apresenta uma verdade consoladora:
Viemos de Deus e, com a morte, voltamos para ele.
A Morte não nos deve assustar: É o encontro maravilhoso
com os amigos e parentes, que foram na nossa frente.
E, sobretudo, vai ser o encontro com o melhor dos amigos: DEUS.
Nossa vida não termina aqui: ressuscitaremos...
"Nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos..."

- Cristo nos garante: "Eu sou a Ressurreição e a Vida.
  Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá". (Jo 11,25)

- "A esperança cristã é a ressurreição dos mortos:
Tudo o que nós somos, o somos na medida
em que acreditamos na Ressurreição." (Tertuliano)

                         Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 10.11.2013

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