quinta-feira, 25 de julho de 2013

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 17.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

ROTEIRO HOMILÉTICO DO 17.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

Comum 1017: "Pai Nosso..."

A Liturgia nos convida a refletir sobre um dos elementos essenciais da vida cristã e do seguimento de Cristo: a ORAÇÃO.
Mas o que é Oração? Como fazê-la?

A leituras nos dão dois exemplos concretos: Abraão e Jesus.

Na 1a Leitura, ABRAÃO reza, intercedendo por Sodoma e Gomorra. (Gn 18,20-32)

É a primeira vez na Bíblia que um homem inicia uma conversa com Deus.
Sua oração é um DIÁLOGO com Deus, humilde, reverente, respeitoso,
mas também cheio de confiança, de ousadia e de esperança.
Abraão conversa com Deus como dois amigos,
apresentando a Ele as suas inquietações, dúvidas, anseios.

O Salmista invocou o Senhor e foi atendido. (Sl 138)

Na 2ª Leitura, vemos que a oração cristã tem sentido se brotar da consciência
de termos sido resgatados por Cristo e a ele pertencermos. (Cl 2,12-14)

No Evangelho, JESUS reza e ensina a rezar. (Lc 11,1-13)

Lucas destaca sempre a vida de oração de Jesus. O texto não quer ensinar
uma fórmula a ser memorizada e mecanicamente repetida
mas propor o espírito e o conteúdo fundamental de toda oração cristã.
É diálogo de filho com o Pai.  (em Mateus 7 pedidos, em Lucas apenas 5)

1. A Introdução apresenta o contexto em que Jesus ensinou o Pai Nosso.
   - Jesus estava rezando...
   - Os Apóstolos, impressionados, pedem: "Ensina-nos a rezar..."
   - Jesus responde: "Quando rezardes, dizei: PAI NOSSO..."

2. A Oração:

 - "Pai nosso..."
     - Que imagem temos de Deus?
       De um patrão exigente, um juiz severo, do qual devemos ter medo?
     = Deus é PAI... e é Nosso (não apenas meu)...
 - "Santificado seja o vosso Nome..."
      Que o Pai seja reconhecido por todos... Quando?
      Quando é ovacionado com salva de palmas? 
      ou quando a Salvação alcança o coração de todos os homens?
  - "Venha a nós o vosso Reino.."
     - Reino de Justiça, de Amor e Paz, de Liberdade, de Fraternidade...
 - "Dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento..."
     - Todos precisamos do pão... e as coisas necessárias para uma vida digna.
        Isso não dispensa o nosso esforço e o nosso trabalho.
     - "Nosso" = "de todos..."
 - "Perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos..."
     - Não é possível rezar o Pai Nosso, tendo ódio no coração...
       Muitas vezes, o amor e a união só são possíveis pelo caminho do perdão...

 - "Não nos deixeis cair em tentação...":  
     - Sobretudo o abandono da fé... dos projetos de Deus...
       para abraçar o espírito do mundo...

3. Duas Parábolas completam o quadro:
    - A 1ª salienta a eficácia da Oração perseverante:
      O "Amigo inoportuno" é atendido: "Pedi e recebereis..."

   - A 2ª convida à Confiança em Deus: lembra o amor de pai para os filhos...
     "Se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos,
      quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem..."

+ Não basta rezar... devemos rezar como convém...
   A Oração deve unificar a vida de um homem com Deus...
   deve impregnar a vida de cada dia... não é uma "gaveta" isolada.  
   - Que dizer de fórmulas "milagrosas", das "orações de poder?"
   - Das orações comerciais: "dou, se me deres?"
   - Dos decepcionados, quando não são atendidos?

+ O Valor da Oração não está condicionado:
   - Ao comprimento das velas... - Ao número de vezes que repetimos...
   - Ao comprimento da fita...     - Ao número de nós no barbante...
   - À fórmula milagrosa - Ao lugar em que fazemos... - Ao Santo que invocamos.
   = Mas sim ao espírito de FÉ e AMOR com que a fazemos...

REZAR: É um DIÁLOGO familiar com Deus,
que brota de um ato de fé e de um ato de amor e
que nos leva a entrar no Plano de Deus: "Seja feita a vossa vontade..."

REZAR: Não é apenas orar com os lábios,
mas também com a inteligência, com o coração e com toda a nossa vida...

REZAR requer um clima de amizade com Deus, como Abraão,
ter consciência de que temos um PAI, e não somos órfãos na vida.

* Temos tempo para rezar? Quando é que nos lembramos de rezar?
   Só nos momentos de apuro, como um pronto-socorro?

+ Os apóstolos sentem a necessidade de orar e de aprender a orar
porque viram como Jesus rezava...

E Você, Pai (ou mãe) reza profundamente com o seu Deus,
a ponto provocar em seu filho o pedido: "Pai (Mãe), ensina-me a rezar?"

Estamos aqui reunidos, porque acreditamos na Oração...
- Ela está marcando de fato a nossa vida,
de modo a impressionar também os que aqui não vem,
percebendo em nós a alegria de alguém se encontrou com Deus na oração?

Se ainda não o conseguimos... façamos nossa, a oração dos apóstolos:
"Senhor, ensina-nos a rezar..."


                            Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 28.07.2013

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